Uma nova variante do coronavírus apareceu em cena no final de novembro. Seu grande número de mutações alertou especialistas em todo o mundo para seu potencial de aumentar sua transmissibilidade. Uma semana depois, inúmeras medidas foram tomadas com o intuito de evitar sua propagação -especialmente restrições a viagens a países do sul da África, onde foi relatado seu surgimento-, embora já tenham sido detectados casos na Europa, Ásia, América e Oceania. Na Espanha, até o momento, foram confirmados 8 casos. O professor Tulio de Oliveira da Plataforma Sul-Africana de Pesquisa e Inovação de Sequenciamento (KRISP), um dos primeiros especialistas a entrar em contato com esta variante, observou que esta variante apresenta "uma constelação muito incomum de mutações", mas seu "significado ainda é incerto. " As mutações que chamaram a atenção desde o início são as detectadas nas proteínas da espícula - cerca de trinta. Essas proteínas se ligam a receptores nas células para iniciar o processo pelo qual o vírus libera material genético nas células saudáveis. Além disso, essas proteínas são usadas na maioria das vacinas para preparar o sistema imunológico contra a Covid. Portanto, o fato de as mutações estarem concentradas em uma parte tão importante - essencial tanto para o coronavírus se espalhar quanto para preparar as defesas imunológicas contra ele - tornava as previsões pessimistas: grande potencial para aumentar a transmissibilidade e capacidade de escapar da imunidade anteriormente adquirida. Embora a OMS tenha descoberto que a variante tem características suficientes para entrar no grupo de variantes preocupantes, ainda existem muitas incógnitas sobre suas características. Como os estudos têm resultados relevantes, a agência promete que “os Estados-Membros e a população em geral serão informados de todas as novidades”.